Antes do afastamento, Carlesse foi alvo de outras operações e chegou a ficar preso na Assembleia Legislativa do TO

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Ele ficou preso na sede da AL por causa de um processo sobre pagamento de pensão alimentícia em 2015. Mauro Carlesse na época em que ficou preso em um gabinete na Assembleia Legislativa
Reprodução/TV Anhanguera
Mauro Carlesse tem 61 anos, nasceu no Paraná, mas ingressou na vida política no Tocantins. Primeiro disputou a prefeitura de Gurupi, em 2012, mas não venceu. Em 2014 se elegeu deputado estadual e chegou ao cargo de governador interino em 2018 por ser o presidente da Assembleia Legislativa. Na época, o então governador Marcelo Miranda teve o mandato cassado, junto com a vice Cláudia Lélis.
A primeira vez que Carlesse teve problemas com a Justiça foi enquanto ainda era deputado estadual. Ele ficou preso dentro da sede da Assembleia Legislativa por causa de um processo relacionado ao pagamento de pensão alimentícia. As partes discordaram sobre o valor a ser pago e a situação se tornou tão complexa que ele acabou tento a liberdade restrita.
Governador Mauro Carlesse foi afastado do cargo por seis meses
Esequias Araújo/Governo do Tocantins/ Divulgação
Situações do tipo continuaram após ele tomar posse como governador interino. Ainda em 2018, quando concorria ao segundo turno da Eleição Suplementar, foi alvo da Polícia Federal. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão de documentos no Palácio Araguaia, secretarias e, ainda em outros locais, durante investigação de supostas irregularidades na liberação de emendas parlamentares ao longo do governo interino.
Mesmo na condição de investigado, ele foi eleito e permaneceu no cargo. Concorreu novamente nas eleições regulares em outubro e foi reeleito, comandando o Poder Executivo até esta quarta-feira (20).
O ano de 2018 nem tinha acabado e o governo enfrentou a primeira grande crise. A delegacia regional da Polícia Civil em Araguaína abriu uma investigação sobre o descarte irregular de lixo hospitalar por empresas supostamente ligadas à família do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), que era líder do governo. O parlamentar sempre negou qualquer irregularidade. Em novembro, o delegado responsável pelo caso foi transferido de delegacia.
Veja outras operações que tiveram Mauro Carlesse como alvo
A situação resultou em um decreto que ficou conhecido como ‘Lei da Mordaça’. A determinação do governo, publicada em março de 2019, estabeleceu diversas limitações para a Polícia Civil e, entre outros pontos, proibia que delegados fizessem críticas ao governo e limitava entrevistas. O governo sempre negou que estivesse interferindo no trabalho da polícia.
Além disso, no final de 2018, uma operação da Polícia Civil do estado cumpriu mandados de busca e apreensão no Palácio Araguaia. A investigação apurava a contratação de funcionários fantasmas. Menos de um mês depois, dois delegados responsáveis pela ação também foram transferidos.
Em março de 2020, uma nova investigação, desta vez da PF, também apurou a existência de supostos funcionários fantasmas no governo do estado. A operação foi chamada de Assombro e corre no mesmo tribunal que determinou o afastamento do governador.
Já durante a pandemia, em junho de 2020, a suspeita da PF foi em relação ao suposto superfaturamento de máscaras por parte da Secretaria de Saúde do estado. No mesmo ano, em setembro, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), apuraram outro possível supertaturamento, desta vez de camas hospitalares.
Agora, Carlesse é investigado por supostamente chefiar uma organização criminosa. Ele foi acusado pela PF e pelo Ministério Público Federal de recebimento de propina e ainda de interferir em operações policiais. O afastamento dele de cargo está previsto para durar pelo menos 180 dias.
A defesa do governador segue dizendo que ainda não teve acesso ao teor da denúncia e que por isso ainda não pode se manifestar.
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Fonte: G1 Tocantins