Acusados de sequestrar, matar e enterrar pecuarista em cova rasa são condenados a penas que somam 170 anos de prisão

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Corpo de Carloan Martins Araújo foi encontrado em cova rasa, em Araguaína
Divulgação/Alta Tensão-TO/Redes Sociais
Três homens e uma mulher foram condenados pela morte de Carloan Martins Araújo, de 62 anos, em Araguaína. As penas somadas passam de 170 anos de prisão. O crime aconteceu em outubro de 2024. A vítima foi sequestrada, torturada, assassinada e enterrada em uma cova rasa no quintal de uma casa no setor Jardim Mangabeira.
A decisão foi assinada pelo juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, no dia 22 de setembro de 2025, e cabe recurso.
Conforme o documento, cinco pessoas foram julgadas, sendo que quatro réus foram condenados. O quinto réu foi absolvido por falta de provas. Um sexto suspeito de envolvimento no crime segue foragido.
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Os condenados devem cumprir as penas em regime fechado e pagar multas. Veja quem são:
Aleksandro José da Conceição – condenado a 38 anos e sete meses de prisão pelos crimes de latrocínio, extorsão mediante sequestro e ocultação de cadáver;
Lucas Ferreira de Brito – condenado a 54 anos e um mês pelos crimes de latrocínio, extorsão mediante sequestro e ocultação de cadáver;
Domingos Morais da Silva Abreu – condenado a 48 anos e quatro meses pelos crimes de latrocínio, extorsão mediante sequestro e ocultação de cadáver;
Maria Eduarda Vieira Sousa – condenada a 30 anos de prisão pelo crime de latrocínio.
O g1 solicitou um posicionamento à Defensoria Pública, que faz a defesa de Domingos Morais e Aleksandro José, mas não teve resposta até a publicação da matéria. As defesas de Lucas Ferreira e Maria Eduarda não foram localizadas.
Sequestro, roubo e morte
Corpo estava em cova rasa, em Araguaína, no Tocantins
Divulgação/Alta Tensão-TO
Conforme a decisão, o pecuarista buscava contratar pessoas para limpar e cercar um lote no setor Jardim Mangabeira. Ele teria sido atraído para a casa de Domingos e, quando chegou ao local, foi rendido por quatro homens, que o ameaçaram e torturaram, com o objetivo de conseguir dinheiro.
Carloan estava sem acesso à sua conta bancária e por isso foi obrigado pelos criminosos a pedir uma quantia de R$ 2.500 a um amigo. O dinheiro foi depositado na conta do suspeito foragido. Segundo a decisão, os sequestradores não ficaram satisfeitos com o valor e por isso roubaram a caminhonete e o cartão bancário da vítima.
Eles teriam colocado uma camiseta no pescoço do pecuarista e o sufocaram até a morte. O corpo foi enterrado no quintal da casa.
Segundo o documento, Maria Eduarda estava acompanhada de Aleksandro quando ele foi até um estabelecimento comprar bebidas com a caminhonete roubada. Ela também teria usado o cartão da vítima para fazer compras posteriormente.
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Desaparecimento do pecuarista
Carloan Martins Araújo, de 62 anos, com seus cinco netos e filha
Elma Barros/Arquivo pessoal
O pecuarista desapareceu no dia 19 de outubro de 2024. O corpo dele foi encontrado no dia 21 do mesmo mês. Uma mulher, de 36 anos, relatou para a Polícia Militar que estava na casa de um parente quando ouviu o cachorro latir no fundo de um quintal. Ela foi até o local e visualizou o braço da vítima.
A denúncia feita na época, levou a polícia até o local onde o corpo estava enterrado, no Setor Jardim Mangabeira. Segundo a Polícia Militar, a vítima estava com as mãos amarradas, encapuzada e havia indícios de morte violenta.
Carloan Martins tinha 62 anos, era casado e trabalhava como pecuarista em sua própria fazenda. Em entrevista ao g1, a filha do pecuarista, Elma Barros, contou que o pai era ‘trabalhador, honesto e direito’.
“Meu pai foi um homem muito trabalhador, honesto, direito, uma pessoa de um coração enorme. Morávamos juntos. Sou filha única e meus filhos foram filhos dele também. Um amor único. Teve cinco netos, que eram a vida dele. Ele [Carloan] estava formando meu filho mais velho em medicina, que sempre foi o orgulho dele”, disse.
Na época, o delegado Márcio Lopes, informou que o crime teria acontecido após uma suposta contratação do grupo para prestação de serviços na propriedade rural da vítima. Os criminosos levaram o celular, a carteira e a caminhonete da vítima.
Suspeitos presos em 2024
As investigações na polícia apontaram que seis pessoas são suspeitas de matar Carloan. Três delas foram presas em Araguaína no dia 24 de outubro de 2025, sendo dois homens e uma mulher. Já o quarto suspeito foi preso no dia 27 do mesmo mês, em Wanderlândia.
O quinto suspeito foi localizado em Palmas, no setor Morada do Sol II, e preso em novembro de 2024. Conforme a PM, ele tem várias passagens criminais, incluindo crimes de homicídio, sequestro mediante cárcere privado, roubo, extorsão e tráfico de drogas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), uma sexta pessoa com participação no homicídio foi identificada e está foragida. Contra ela, há um mandado de prisão em aberto, expedido em dezembro de 2024.
Polícia prende quinto suspeito de matar pecuarista e enterrar em cova rasa
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Fonte: G1 Tocantins