Veja quem foi afastado da cúpula da segurança pública em operação que investiga obstrução e vazamento de informações

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Inquérito da Polícia Federal também investiga remoção de delegados e produção de documentos falsos. Investigação ocorre dentro da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Sede da SSP em Palmas
Governo do Estado/Divulgação
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que afastou o governador Mauro Carlesse (PSL) e secretários do governo do Tocantins também atingiu cargos de chefia na cúpula da Polícia Civil do Tocantins. A investigação que ocorre dentro da Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi denominada Éris e busca desarticular uma suposta organização criminosa que atuaria obstruindo investigações e vazando informações aos investigados.
Foram afastados da cúpula da segurança pública:
Cristiano Barbosa Sampaio – Secretário de Segurança Pública;
Raimunda Bezerra de Souza – Diretora-geral da Polícia Civil;
Cinthia Paula de Lima – Diretora da Escola Superior de Polícia (ESPOL) e delegada;
Gilberto Augusto Oliveira Silva – Chefe da Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (Decor) e delegado de Polícia Civil;
Servilho Silva de Paiva – Secretário-executivo da SSP;
Ronan Almeida Souza – Corregedor-geral da SSP;
Ênio Walcacer de Oliveira Filho – Delegado-chefe da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos;
Rudson Alves Barbosa – gerente de inteligência da Casa Militar e major da Polícia Militar.
Também foram afastados um escrivão de Polícia Civil, três agentes de polícia e um major da Polícia Militar. O g1 ainda tenta contato com a defesa dos citados.
Ainda não há informações sobre a participação de cada investigado no suposto esquema criminoso. Apesar disto, a Polícia Federal informou que “o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do estado”.
O que se sabe sobre o afastamento do governador do Tocantins Mauro Carlesse
Não há confirmação de quais mudanças envolvendo delegados durante o governo de Carlesse estão relacionadas às investigações da Polícia Federal. Apesar disto, desde que tomou posse foram pelo menos 12 delegados regionais do Tocantins exonerados dos cargos de chefia.
O governo disse, em 2018, que as exonerações estavam dentro das medidas tomadas para reorganizar a administração pública e implantar um novo modelo de gestão. Afirmou também que o objetivo era reduzir despesas e equilibrar as contas públicas.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, também “há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa”.
O que dizem os citados
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins – SINDEPOL/TO, informa que solicitou acesso os autos da investigação, que estão sob sigilo de justiça, para melhor defender os interesses de seus filiados e garantir os direitos dos mesmos. Informa ainda que não irá se posicionar até estar a par de todos os fatos que envolvem o afastamento do governador do Estado do Tocantins e de servidores da Segurança Pública.
O g1 solicitou posicionamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e aguarda resposta.
Entenda
O afastamento do governador e cerca de 50 agentes públicos foi determinada monocraticamente pelo ministro Mauro Luiz Campbell e confirmada pela corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na manhã desta quarta-feira (20) a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas.
Segundo a PF, as buscas desta quarta-feira fizeram parte de duas operações complementares, que investigam:
pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais;
obstrução de investigações;
incorporação de recursos públicos desviados.
Conforme apuração da TV Anhanguera, a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada.
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Fonte: G1 Tocantins